Costa na Europa: "quem entra papa sai cardeal"

por Natália Carvalho - Antena 1

Antena1

Paulo Rangel mantém discrição sobre apoio português à presidência do Conselho Europeu.

Paulo Rangel recusa antecipar um eventual apoio do Governo português ao nome de António Costa para a presidência do Conselho Europeu. Em entrevista à Antena 1, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros diz que é preciso esperar pelo resultado das eleições europeias e sublinha que “a discrição, nestas coisas, é importante e o Governo vai manter essa regra” porque “quem entra papa sai cardeal”.

Sobre a candidatura de Sebastião Bugalho como cabeça de lista da AD ao parlamento europeu, Paulo Rangel diz que “é uma escolha muito feliz”.


Sobre a composição das listas candidatas às eleições europeias, Paulo Rangel reconhece que teria sido melhor que os vários partidos tivessem tido uma preocupação de transição, mas Rangel sublinha que ainda assim, o PSD manteve uma deputada - Lídia Pereira - que fará uma boa dupla com Sebastião Bugalho.

Portugal mantém sólidas relações com as antigas colónias

Nesta entrevista à Antena 1, o ministro dos Negócios Estrangeiros recusou comentar a polémica em torno das declarações do Presidente da República sobre a reparação por atos da colonização. Paulo Rangel sublinha que o Governo mantém uma grande confiança na “solidez e maturidade das relações entre Portugal e os países que foram no passado suas colónias”.


Paulo Rangel criticou também a opção de António Costa de retirar os assuntos europeus da tutela dos Negócios Estrangeiros: “Não foi uma boa solução. Foi um desperdício de recursos brutal que provocou atrasos na transposição de diretivas”.

"O Governo de Israel está a atuar muito mal”

Nesta entrevista, a propósito do Dia da Europa, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros falou também das guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. O MNE diz que o Governo português condena a operação militar em Rafah e revela que já transmitiu essa posição ao embaixador de Israel em Portugal. “Nós somos um Estado amigo de Israel, mas o governo de Israel está a atuar muito mal. Estamos perante uma tragédia humanitária que a História vai olhar para ela”.


O ministro dos Negócios Estrangeiros garante que não há nenhuma mudança no discurso de Portugal sobre o conflito do Médio Oriente. Portugal não põe de parte reconhecer um dia o Estado da Palestina, mas Paulo Rangel considera prioritária a votação, esta sexta-feira, da admissão da Palestina como Estado de pleno direito nas Nações Unidas. “Este voto é um passo de gigante”.


Entrevista de Paulo Rangel à Antena 1, a propósito do Dia da Europa, na qual, o ministro manifestou ainda a convicção de que “este Governo vai surpreender pela sua durabilidade”. Paulo Rangel confessou também que gosta de ser ministro: “não faço as coisas que gosto, gosto das coisas que faço”.

Entrevista de Natália Carvalho que pode ouvir na íntegra aqui.
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